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Uma mancha que deve ser apagada do Jiu-Jitsu
Diga não as drogas
17/06/2018

Professor Edenilson Lima Há poucos dias, um campeonato de Jiu-jitsu disputado em Los Angeles, na Califórnia (EUA), apresentou como premiação aos atletas maconha. O prêmio ao vencedor foi um quilo da droga. Pode parecer estranho, mas nessa localidade americana o consumo da maconha não é proibido como no Brasil. Neste ano, o uso ‘recreativo’ foi autorizado após uma aprovação popular de 2016.
Nada contra quem faz o uso, entendo que cada um deve arcar com as consequências dos seus atos, mas um esporte como o Jiu-jitsu não deve se curvar a isso. Na minha academia, por exemplo, apresento a quem quiser alunos que são exemplos de superação e que tiveram suas vidas ‘salvas’ por essa arte. Em suas categorias, muitos deles já chegaram a estar entre os melhores do mundo.
Há quanto tempo nós professores lutamos para limpar a imagem do Jiu-Jitsu e mostrar que é uma arte pra todos? Enquanto professores e equipes sérias demoram anos trabalhando e limpando a imagem, aparecem pessoas como essas que organizam esse tipo de campeonato manchando nosso esporte.
Estamos na era das redes sociais e todos assistiram ao episódio da maconha pelos vídeos espalhados na internet. A minha pergunta é: será que um pai que está pensando em colocar o filho no Jiu-Jitsu o faria após assistir ao vídeo? Ao matricular-se na academia os alunos geralmente passam a seguir exemplos dos mais graduados e se o graduado for um péssimo exemplo a perspectiva de crescimento do nosso esporte estará cada vez menor.
Vejo que esse deve ser um dos papéis do esporte. Com atitudes que parecem ‘simples’ como a reverência ao tatame antes de entrar (como jamais pisar com um calçado no local de treino), a saudação ao professor ou mestre, o respeito aos mais graduados, a obediência a hierarquia são algumas condutas que o aluno leva pra vida e devem ser preservadas. 
Claro, o jiu-jitsu como todo esporte, evoluiu. Hoje, situações como os corredores em graduações são passíveis de debate, mas essa arte não pode perder sua essência. Estou há 21 anos nesse esporte, acompanhei a evolução. Há muito ainda a evoluir e crescer, mas nós, professores faixas pretas, precisamos ser o exemplo para aqueles que começam.
Com o episódio da maconha nosso esporte foi prejudicado com toda certeza, porém, professores e atletas não devem baixar a guarda.

Edenilson Lima, faixa preta terceiro grau, responsável pela equipe Dennis Jiu-jitsu Club – Centro de Treinamento Maringá.